domingo, 8 de abril de 2012





Curta feito em 05-04-2012.
Um ser Apocalítico,conduz outro ser através da noite. Um anjo Negro para lhe salvar?

quarta-feira, 4 de abril de 2012

ESTILHAÇOS URBANOS


  
Rostos macambúzios, faces esquálidas, olhos apagados, vazios... olhares de quem perdeu todos os sonhos e esperanças.
Natureza morta em volta.
Florestas de concretos.
E há uma enorme bola sanguínea flutuando no céu baixo, anunciando o novo dia!...

Nenhum rosto, nenhum olhar pousado nas janelas do trem.
Estão todos concentrados nos seus infernos interiorizados.
O trem segue aos trancos e solavancos.
Passam as estações. Um sobe e desce de cadáveres... alguns até bonitos.
Silêncio sufocado por conversas vazias.
Odores de suores perfumes fumaças produtos químicos que jorram das fábricas.
Um pesado silêncio sufocado.
 Céus!... o moço nu!... a moça nua!...
Um bêbado rumina desgraças, bafafás e palavrões. O esmoleiro diário vivendo de piedades.
Faces graves e risos presos cruzam-se e se chocam em fúria apressados.
O moço nu!... a moça nua!... Ninguém vê?...
Olham-se mutuamente. Vê-se que não se conhecem. Mas há uma forte atração entre eles. Ele está excitado. Ela está excitada.
Beijam-se,....
acariciam-se ....
Ninguém vê?...
Eu estou excitado.
Um senhor negro, aparentando cinquenta anos aproximadamente, descansa a face angustiada na palma da mão que, por sua vez, está pousada sobre o cotovelo pousado sobre suas pernas cruzadas. O sol projeta sombras no chão do trem em movimento.

O moço nu!... a moça nua!... Ele ajoelha-se em frente a ela, que está encostada na porta gemendo de volúpia. Ele acaricia a bocetinha dela – linda boceta exposta aos olhos meus – céus... ele está beijando a bocetinha dela... acariciando os seios dela... massageando o clitóris dela com a língua ........................................................
..................................... ela geme e treme e agoniza de febre e de prazer.
Ninguém vê?...
O trem faz uma breve parada na estação de; .................................................. sobem e descem cadáveres. Eu mesmo me sentiria um cadáver não fosse o pulsar do meu pinto duro me dizendo que estou vivo.