O que mata o morro é não saber a sua história,
É não guardar suas memórias,
A riqueza da cidade vem do morro,
São pretos, pedros. pedreiros,
São costureiras e enfermeiras,
São operários e batuqueiros,
São putas e madames mandando o pé
Na bunda dos canalhas.
É São Jorge e Jesus Cristo tomando porres.
Estendendo as mãos a malandros e otários
Aos sobreviventes de salários.
O morro é um porco gordo
Fatiado e devorado por estômagos delicados
No banquete das negociatas.
O morro é velha babilônia resistindo,
É estúpida idéia ariana,
É o caos antropofágico,
Caldeirão de mouros, nordestinos e afro-europeus
Ou o que o diabo ou deus, o sacaneando, lhe mandou.
O morro é América católica estoicista
Negando-se todos os dias.
Que engenheiros.
Que carpinteiros,
Senão os intuitivos do morro,
Construiriam tais palácios, palafitas, barracos (?).
Aonde tal solidariedade e festas dionisíacas?...
... O morro pede socorro?...
AhL.nasceste um narciso em teu umbigo.
Macário Ohana Vangélis
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