O trem surge no horizonte sujo.
agitação na estação.
vamos todos embarcar
no shopping-trem.
no trem-passarela de pedintes.
no trem-caos nosso de cada dia.
vamos redescobrir.
nosso turístico trajeto diário:
poluição - ruínas das velhas fábricas - castelos de zinco
e alvenaria...
o velho rio arrasta ainda seu cadáver putrefato.
não embarco
no trem espanhol.
"rio grande da serra - jundiaí".
parado na plataforma semideserta
valso o olhar ao redor.
bebo fragmentos concretos do "plaza shopping", da
"galeria",
da "igreja da matriz", do salão de danças "
independente", da
"estação rodoviária", do "hotel shangai" (quantas
burlescas historias!...),
as casas amarelas ferroviárias.
outro trem chega...
"luz- rio grande da serra".
descansa por momentos na estação.
uma massa informe.
clones de jonas abandonando apressados o interior da
metálica
baleia!...
fisionomias de jó.
meu vampiro olhar roça a pele
de jovens salomés risonhas e inquietas
irisando com sua irreverência o entardecer mauaense.
Macário Ohana Vangélis
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